A Câmara Municipal de Três Pontas passa a contar com mais um importante canal de acolhimento e encaminhamento de mulheres em situação de vulnerabilidade. A vereadora Valéria Evangelista Oliveira (PL), a professora Valerinha, foi escolhida por consenso entre os parlamentares para assumir a Procuradoria Especial da Mulher, espaço dedicado à escuta, orientação e articulação de políticas públicas voltadas às mulheres.
A criação da Procuradoria
O projeto que institui a Procuradoria da Mulher na Câmara foi de autoria da própria vereadora. Segundo Valéria, a proposta nasceu de uma série de pesquisas e visitas a outras câmaras municipais e órgãos federais. “Estive em Brasília, durante a Marcha dos Prefeitos e Vereadores, e lá ouvi que era possível trazer essa estrutura para Três Pontas. Procurei o Ministério responsável pelas políticas públicas para as mulheres, recebi orientações, montei o projeto e, depois de aprovado, fui indicada por consenso para assumir essa função”, contou.
A vereadora destacou a importância da união dos colegas na aprovação e na indicação de seu nome. “Eu agradeço muito a confiança de todos os vereadores. Foi algo construído em conjunto, e fico muito satisfeita em poder representar as mulheres por meio desse novo canal”, disse.
Acolhimento e encaminhamento
A Procuradoria da Mulher funcionará na própria Câmara Municipal, com o objetivo de acolher mulheres vítimas de violência doméstica, oferecendo um ambiente seguro para o primeiro atendimento e o devido encaminhamento aos serviços especializados.
“Será mais uma porta de entrada para que a mulher se sinta segura em falar sobre as suas dificuldades. O nosso papel será ouvir e encaminhar cada caso para os equipamentos corretos das políticas públicas municipais”, explicou Valéria. Ela reforçou que o trabalho será realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Habitação, responsável pela rede de assistência social no município.
A vereadora adiantou que não haverá mudanças em sua rotina de trabalho. “Eu sempre estou na Câmara. Às vezes saio para fazer visitas e vistorias, mas continuo à disposição. As mulheres podem me procurar, porque estarei aqui para atendê-las e ajudá-las nesse processo”, afirmou.
Casos já atendidos e desafios
Mesmo antes da formalização da nomeação, a Procuradoria já começou a atuar. “Desde a aprovação do projeto, nós já atendemos três casos de mulheres e encaminhamos todos aos equipamentos corretos. É uma demanda que existe e precisa ser tratada com seriedade e sigilo. Muitas dessas situações não aparecem nas estatísticas, porque as mulheres têm medo de se expor”, relatou.
Valéria também chamou atenção para o caráter silencioso de grande parte das violências. “Muitas vezes, a agressão acontece dentro de casa e a mulher sofre calada. Ela não quer ir à delegacia, não quer se expor. Por isso, a Câmara será um bom caminho para essa mulher — um espaço de acolhimento e orientação.”
Busca por novos recursos e estrutura de apoio
Um dos principais desafios apontados pela procuradora é a falta de um local de acolhimento para as mulheres que precisam deixar suas casas. “Hoje nós não temos onde acolher essa mulher que sai com seus filhos, muitas vezes sem recursos financeiros. Por isso, estamos batalhando para trazer para Três Pontas o Centro Integrado de Atendimento à Mulher (CIAM), um espaço especializado de atendimento e acolhimento”, destacou.
Valéria explicou que a proposta faz parte do projeto ‘Três Pontas por Elas’ e que as discussões já estão em andamento com o Comitê Municipal de Políticas para Mulheres, coordenado por Dra. Bruna Carvalho Moura Avelar – advogada e especialista em políticas públicas; representante que recentemente participou da Conferência Nacional das Mulheres em Brasília. “Vamos buscar os recursos necessários, inclusive em Brasília, porque esse é um projeto federal. É uma luta grande, mas nós não vamos desistir”, garantiu.
Um compromisso com as mulheres trespontanas
Ao assumir oficialmente a Procuradoria da Mulher, Valéria reforça o compromisso de ampliar a rede de proteção às mulheres e fortalecer o diálogo com os órgãos de assistência e segurança pública. “Nosso objetivo é oferecer um atendimento humanizado e garantir que nenhuma mulher precise enfrentar o sofrimento sozinha. A Câmara de Três Pontas passa a ser também um espaço de acolhimento e de esperança”, concluiu a vereadora.
