O Centro de Hemodiálise da Santa Casa do Hospital São Francisco de Assis de Três Pontas, Adriene Barbosa de Faria Andrade, inaugurado em setembro de 2023, se consolida como referência em tratamento renal na região. Com uma infraestrutura moderna e uma equipe altamente qualificada, liderada pelo médico e responsável técnico Dr. Gabriel Fernandes Silva e Dr. Raimundo Silva, médicos nefrologistas, o serviço é mais do que um avanço técnico: representa esperança e qualidade de vida para pacientes com insuficiência renal crônica.
Atendimentos regionais e expansão
Atualmente, o Centro dispõe de 40 máquinas, com capacidade para atender até 240 pessoas. No entanto, o serviço opera com 72 pacientes provenientes de Três Pontas e Boa Esperança. A partir de janeiro, a cobertura será ampliada para incluir as cidades de Santana da Vargem e Coqueiral.
“Temos a estrutura necessária para ampliar o atendimento, com equipamentos de ponta e uma equipe preparada. Nosso objetivo é tratar cada paciente com humanização e excelência”, destacou o Dr. Raimundo Silva.
Hemodiálise: manutenção e qualidade de vida
A hemodiálise é essencial para pacientes com insuficiência renal, substituindo temporariamente a função dos rins. Esse tratamento não é curativo, mas imprescindível para manter a qualidade de vida. Os pacientes realizam sessões de quatro horas, três vezes por semana, acompanhadas por orientações dietéticas e medicamentos intravenosos.
Dr. Raimundo explica: “É um tratamento contínuo. Enquanto alguns pacientes podem ser candidatos ao transplante renal, nem todos têm condições clínicas para isso, seja por comorbidades ou outros fatores que contra indiquem o procedimento.”
Avanços nos transplantes e captação de órgãos

Desde o início das operações em janeiro de 2024, dois pacientes de Três Pontas foram submetidos a transplantes renais, realizados em São Paulo pelo renomado Dr. Medina. Ambos os casos destacam o empenho da equipe em superar obstáculos.
Dr. Gabriel relatou: “Nossa primeira paciente tinha o transplante inicialmente contra indicado. Após ajustes no tratamento e dedicação da equipe, conseguimos reverter a situação, possibilitando que ela fosse contemplada com o transplante.”
O próximo passo do centro é intensificar os esforços para captação de órgãos. A equipe planeja trabalhar junto à terapia para identificar possíveis doadores e contribuir para o sistema nacional de transplantes. Embora os órgãos captados em Três Pontas possam ser alocados para outras regiões do país já que pertencem ao SUS, o objetivo é priorizar pacientes locais sempre que possível, seguindo os critérios exigidos.
Dr. Raimundo aponta: “A realização de transplantes na Santa Casa é um sonho que demanda tempo, investimento e planejamento. Nossa meta é que, nos próximos três a cinco anos, possamos realizar transplantes renais aqui em Três Pontas.”
Impactos da hemodiálise no Brasil
No Brasil, cerca de 160 mil pessoas dependem da hemodiálise, e 50 mil novos pacientes ingressam nesse tratamento anualmente. A mortalidade entre esses pacientes é alta, com 30 mil óbitos por ano. Apesar disso, o número de transplantes renais ainda é insuficiente, com cerca de 12 mil procedimentos realizados anualmente.
Dr. Gabriel destacou o impacto desse serviço no tratamento de pacientes renais. Ele enfatizou que doenças como diabetes e hipertensão são as principais causas de perda de função renal e que, muitas vezes, a negligência no cuidado com essas condições pode levar à necessidade de terapias como a hemodiálise.
Complementando essa visão, o Dr. Raimundo chamou a atenção para a crescente presença de pacientes da terceira idade no tratamento. “Com o aumento da expectativa de vida no Brasil, vemos pacientes de 90 anos iniciando hemodiálise, algo que não era comum no passado. Precisamos dar atenção especial a esse grupo, incentivando a prevenção por meio do controle da diabetes, da hipertensão e da adoção de medicamentos modernos que não apenas tratam, mas também protegem o rim”, afirmou.
A importância do tratamento continuado
Embora o transplante renal ofereça uma qualidade de vida superior, ele não é a cura definitiva. Os pacientes transplantados precisam de acompanhamento médico rigoroso, uso contínuo de medicamentos imunossupressores e cuidados para evitar infecções.
“Um dos maiores desafios após o transplante é a adesão ao tratamento. Muitos pacientes relaxam, comprometendo o sucesso do procedimento a longo prazo”, destacou Dr. Gabriel.
Perspectivas para o futuro
Com a dedicação da equipe médica e o investimento contínuo realizado pela direção do Hospital, o Centro de Hemodiálise de Três Pontas promete não apenas melhorar a qualidade de vida dos pacientes, mas também colocar a cidade no mapa de excelência em transplantes renais no Brasil.
