Realizada a primeira cirurgia de escoliose na cidade de Três Pontas

A Santa Casa de Misericórdia de Três Pontas se tornou palco de um marco histórico, para a saúde do município. Com o apoio da Secretaria Municipal de Saúde, foi realizada a primeira cirurgia de correção de escoliose já feita na cidade, no dia no último dia 19 de setembro.

O procedimento, de alta complexidade, foi conduzido pelo cirurgião ortopedista Dr. Caio Roncon, que explicou à Equipe Positiva a importância e os bastidores da operação.

Dr. Caio explica que a escoliose é uma condição que exige atenção e tratamento adequado. “A escoliose é uma deformidade da coluna vertebral que causa um desvio e uma rotação no seu próprio eixo. É um problema de caráter progressivo e incapacitante”, explica o médico.

Imagem de raio-X mostra o desvio acentuado da coluna causado pela escoliose antes da cirurgia.

 

Radiografia pós-operatória evidencia o alinhamento da coluna após a correção realizada na Santa Casa de Três Pontas.

A realização da cirurgia em Três Pontas representa um avanço importante na capacidade técnica da Santa Casa e um alívio para pacientes que, até então, precisavam se deslocar para centros maiores.

De acordo com o ortopedista, a operação é considerada de grande porte e envolve uma equipe ampla e multidisciplinar. “Nela não se trata apenas do paciente e do cirurgião. Tem muito mais envolvido. Como em qualquer procedimento cirúrgico, muitas pessoas precisam estar comprometidas”, relata.

Segundo ele, o processo começou com os familiares da paciente, que notaram a deformidade e buscaram atendimento médico. Após a avaliação e a piora progressiva do quadro, a Secretaria de Saúde autorizou a realização da cirurgia em Três Pontas. “A partir daí, tanto eu quanto o nosso anestesista, Dr. Matheus, comunicamos o enfermeiro do hospital, Gabriel, e os dois enfermeiros responsáveis pelo centro cirúrgico, Heric e Aline, sobre todos os equipamentos necessários para o procedimento. Eles buscaram e organizaram, de forma extremamente hábil, tudo o que era preciso para que tudo estivesse pronto e disponível, incluindo o material cirúrgico que veio de Belo Horizonte e precisou ser esterilizado na chegada.”

O procedimento contou ainda com a presença de profissionais convidados. “No dia da cirurgia, junto comigo e o Dr. Matheus, contamos também com mais dois médicos que vieram de São Paulo para ajudar: o Dr. José Thiago Kruppa, meu amigo da faculdade e que considero um dos melhores cirurgiões de coluna do país, e a Dra. Gabriela, fisiatra responsável pela monitorização e integridade neurológica da paciente durante o procedimento”, explica.

Essa monitorização é um recurso essencial para garantir a segurança da paciente durante a cirurgia. Como a cirurgia é feita com parafusos na coluna e envolve o reposicionamento dela, pode ocorrer lesão na medula e causa paraplegia. Justamente por isso, é usado a monitorização, que avalia se os nervos estão funcionando durante todo o procedimento, tornando a cirurgia muito mais segura.

“Uma grande equipe envolvida do início ao fim”

Além da equipe médica, o sucesso do procedimento também dependeu de diversos outros profissionais. “Além de toda equipe cirúrgica, anestésica e os três enfermeiros já citados, contamos com os instrumentadores João Paulo e Patrícia e toda a equipe de sala, que mesmo sem experiência anterior com esse tipo de cirurgia, atuaram com total profissionalismo — o Denner, a Carol e o Rodrigo”, relata o cirurgião.

O Dr. Caio também destacou a participação fundamental do técnico de radiologia Bruno, responsável pelo suporte de imagem durante o procedimento, garantindo a precisão necessária em cada etapa da cirurgia.

Ao todo, 13 profissionais estiveram diretamente envolvidos: quatro médicos, três enfermeiros, dois instrumentadores, três auxiliares e um técnico de radiologia.

Dr. Caio destacou a importância do trabalho em conjunto e o comprometimento de cada pessoa envolvida. “Nós somos uma equipe! Não se restringe apenas ao paciente e ao cirurgião. Para o bom resultado de qualquer procedimento, um conjunto de recursos — tanto humanos quanto materiais — é necessário, cada um exercendo o seu papel, desde o responsável pela limpeza da sala até o cirurgião.”

E concluiu reafirmando o propósito que une todos os profissionais de saúde: “Tudo e sempre com um único fim: o bem-estar do paciente.”

A realização desta cirurgia marca um passo importante na história da saúde de Três Pontas, mostrando que investimento, preparo técnico e trabalho em equipe podem transformar a realidade de um hospital e garantir mais qualidade de vida à população.

Com o empenho dos profissionais da Santa Casa e o apoio da Secretaria Municipal de Saúde, o feito reforça a capacidade do município em avançar em procedimentos de alta complexidade e reafirma o compromisso com o atendimento humanizado e eficiente.


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