Rapaz é indiciado por tentativa de homicídio após oferecer pão envenenado a amigo em Três Pontas

 

A Polícia Civil concluiu na última semana o inquérito que investigava um caso de envenenamento ocorrido em Três Pontas. Um homem de 39 anos foi indiciado por tentativa de homicídio duplamente qualificado, após oferecer a um amigo um pão com mortadela misturado com veneno. O caso aconteceu no dia 06 de maio, na Avenida José Caxambu, no bairro Aristides Vieira.

O episódio aconteceu após o suspeito entregar o lanche à vítima de forma amigável, como se fosse um gesto de gentileza. Sem desconfiar, a vítima aceitou o alimento e começou a consumi-lo. Pouco tempo depois, passou mal e apresentou sintomas como dores intensas na cabeça e na nuca. Ao abrir o pão, percebeu sinais estranhos e decidiu procurar ajuda.

Primeiro, foi até a casa do pai, que mora perto do local, e mostrou o lanche suspeito. Diante da gravidade da situação, a vítima voltou à casa do suspeito e conversou com a mãe dele, acreditando que ela havia preparado o alimento — o que era comum, já que ela costumava ajudar o rapaz com doações de comida. A mãe confirmou que havia comprado veneno para ratos dias antes, a pedido do filho, mas negou ter participado do preparo ou da entrega do lanche.

Foto: Arquivo EP

Segundo o depoimento da vítima, o crime pode ter sido motivado por um homicídio ocorrido em 2009, o rapaz que foi envenenado foi responsabilizado pela morte de um amigo dele. A partir disso, ele teria alimentado um sentimento de vingança.

De acordo com o delegado da Comarca responsável pelo caso, Dr. Guilherme Moreira, as investigações concluíram que o próprio suspeito preparou o alimento e o ofereceu de forma intencional, tentando mascarar a ação como um gesto de gentileza. A vítima só não morreu porque percebeu os sintomas a tempo e procurou atendimento médico no Pronto Atendimento Municipal (PAM), onde foi socorrida e conseguiu eliminar os efeitos do veneno.

Durante o inquérito, testemunhas, a vítima e o suspeito foram ouvidos. Ainda segundo o delegado, apesar de negar o crime, dizendo não ter motivos para cometer tal ato e que sempre ajudava o amigo, a apuração mostrou que quem prestava ajuda, na verdade, era sua mãe.

Com o encerramento das investigações, o homem foi formalmente indiciado pela Polícia Civil, por tentativa de homicídio qualificado, com agravantes pelo uso de veneno e pela forma dissimulada com que o crime foi executado. O caso agora segue para o Ministério Público, que deve analisar se oferece denúncia à Justiça. Se condenado, o indiciado pode pegar na prática, de 4 a 20 anos de prisão (já aplicada a fração da diminuição de pena, pela tentativa de homicídio).


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