Perigoso e reincidente, criminoso é preso em operação conjunta no Quilombo furtos e envolvimento com o tráfico

 

O pai dele que estava servindo drogas em um bar e seu comparsa, responsável por guardar a cocaína vendida também foram presos, após cumprimento de mandados de busca

Uma operação conjunta das polícias Civil e Militar foi realizada nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (8) no Distrito do Quilombo Nossa Senhora do Rosário, em Três Pontas. O principal alvo da ação era um velho conhecido das autoridades policiais, um indivíduo considerado altamente perigoso, reincidente e que, sempre que ganha liberdade, volta a praticar crimes – especialmente furtos em propriedades rurais.

Com sete anos de prisão a cumprir, ele havia sido solto recentemente pela Justiça, mas bastaram poucos dias em liberdade para que voltasse a atuar no crime. Os levantamentos realizados pelas forças policiais apontam que sua liberdade coincidiu com um aumento imediato nos índices de furtos na zona rural, o que exigiu uma atuação rápida, precisa e firme para evitar sua fuga – algo que ele já conseguiu em outras oportunidades.

Segundo o tenente Júlio Flávio Costa Viana, a operação foi exitosa. “Foi um trabalho baseado em informações da Polícia Civil que resultou na prisão do alvo e na apreensão de drogas. O impacto será extremamente positivo. Desde que ele saiu da cadeia, os furtos em propriedades rurais aumentaram significativamente. Já havia registros de furtos inclusive a trabalhadores rurais, com o roubo de maquininhas de colher café. Alguns desses objetos foram recuperados com ações de inteligência da Polícia Militar. Agora, com a prisão dele, os moradores poderão ter mais paz e tranquilidade”, afirmou.

O delegado Dr. Guilherme Banterli explicou que o alvo atua desde a adolescência, com uma longa ficha criminal. “Ele começou furtando maquinário agrícola e foi evoluindo dentro do crime. Conseguimos não apenas vincular diversos furtos recentes a ele, como também comprovamos seu envolvimento com o tráfico de drogas”, disse. A operação resultou ainda na apreensão de cocaína e na prisão de mais duas pessoas: o pai do criminoso, de 57 anos, que mantinha um bar onde servia entorpecentes aos clientes, e um comparsa de 24 anos, responsável por guardar a droga comercializada no local.

O investigador da Polícia Civil Rodrigo Silva, reforçou que o rapaz é temido na comunidade e há suspeitas de que muitas vítimas deixam de registrar ocorrência por medo de retaliação. “Ele causa há anos sérios problemas sociais no Quilombo. Praticou recentemente o furto de uma moto, uma máquina colhedora de café e um soprador, que foram recuperados pela PM. Com provas concretas, conseguimos representação judicial pela prisão e o mandado foi expedido. Agora ele está preso preventivamente”, declarou.

Ainda segundo a Polícia Civil, o condenado estava em liberdade condicional, condição que exige a não prática de novos crimes. Com os delitos cometidos, a expectativa é de que ele tenha sua progressão de regime revertida e retorne ao regime fechado. Além disso, responderá por novas ações penais em decorrência dos crimes mais recentes. Ele passou por exame de corpo delito e foi encaminhado ao Presídio onde permanecerá a disposição da justiça.

Pinos de cocaína, dinheiro e celulares foram apreendidos na casa do pai do alvo da operação

A Polícia Civil que vai inaugurar no dia 11 de julho, o Núcleo de Delegacia Rural de Três Pontas e Santana da Vargem, informou que seguirá atuando com firmeza e vigilância na região, em conjunto com a Patrulha Rural e a Polícia Militar do Meio Ambiente. O objetivo é manter o combate preventivo e repressivo ao crime, garantindo mais segurança e tranquilidade aos moradores da zona rural de Três Pontas.

Histórico revela disposição ininterrupta para o crime

O rapaz preso nesta semana em operação conjunta das polícias Civil e Militar no Distrito do Quilombo Nossa Senhora do Rosário, em Três Pontas, é um velho conhecido das forças de segurança. Seu histórico demonstra uma trajetória criminal que começou na adolescência e se intensificou ao longo dos anos, marcada por reincidência constante e crimes cada vez mais ousados, mesmo durante períodos de liberdade condicional ou regime semiaberto.

2016 – Primeiros registros já indicavam periculosidade

Em 2016, aos 18 anos, ele foi detido pela Polícia Militar após ser flagrado circulando de moto entre os distritos do Quilombo e Pontalete portando um fuzil de brinquedo extremamente semelhante a uma arma real. O fato gerou alarme entre motoristas que transitavam pela zona rural, levando a PM a abordá-lo em um bar na principal avenida do Quilombo. A réplica foi encontrada escondida na casa da avó dele, sobre um galinheiro. À época, ele afirmou que pretendia adaptar a arma de pressão para uso real. Com a arma, também foi encontrada uma munição de revólver calibre 22.

2017 – Mandado cumprido e drogas apreendidas

No dia 06 de julho de 2017, o rapaz foi preso pela Polícia Militar no Distrito do Quilombo Nossa Senhora do Rosário. Contra ele havia um mandado de prisão, e na casa onde estava foi encontrado cocaína, balança de precisão, materiais para embalar drogas e munições. Na época ele já acumulava crimes como furtos, receptação, ameaças, tráfico e uso de drogas, posse ilegal de arma, além de crimes violentos contra o patrimônio. Também era suspeito de aliciar menores para o tráfico.

2019 – Perseguição cinematográfica no Centro de Três Pontas

Três anos depois, em 2019, ele foi preso após uma longa perseguição policial pelas ruas do Centro da cidade. A fuga só terminou quando ele caiu da motocicleta na Praça Teodósio Bandeira. Mesmo ferido, tentou escapar a pé e resistiu à prisão, sendo contido e imobilizado com apoio de reforço policial. Mais uma vez, mostrava sua disposição em resistir à lei.

2022 – Em poucos dias fora da prisão, uma onda de crimes
Foto: Arquivo EP 2022

Em 2022, pouco tempo após deixar o presídio, o criminoso voltou a agir com intensidade. A nova prisão exigiu uma operação conjunta das forças policiais, que mobilizou 18 policiais militares, 9 civis e 14 viaturas. Ele foi surpreendido pela madrugada em casa, ao lado da Igreja Nossa Senhora do Rosário. Estava acordado, mas a casa foi cercada rapidamente, sem chance de fuga. Mesmo enquanto ainda cumpria pena em regime semiaberto, já voltava a se envolver em crimes.

A lista de delitos cometidos em um curto período de tempo naquela época foi extensa:

  • Furto de uma caminhonete em um sítio no Campestre, enquanto o proprietário estava na igreja;

  • Disparos contra o portão da casa de um rapaz que ele suspeitava tê-lo denunciado;

  • Furto de um celular de uma mulher no bairro Aristides Vieira;

  • Furto de seis motocicletas apreendidas no pátio do Detran-MG, no bairro Jardim Primavera;

  • Roubo de mais duas motocicletas, incluindo uma no Pontalete;

  • Assalto a uma mãe que levava o filho à escola, simulando estar armado para roubar a moto.

Na ocasião, uma adolescente de 17 anos, companheira dele, foi detida com um dos veículos roubados, conduzida ao Quartel da PM e posteriormente liberada.

Somente naquele curto período, foram cinco motos furtadas e uma roubada. O padrão de reincidência, a ousadia e a violência empregada nas ações evidenciam o risco social representado por ele, não apenas à zona rural, mas a toda cidade.


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