*Prefeitura vai antecipar também para antes do Natal, o pagamento do mês de dezembro
Enquanto a grande maioria das prefeituras mineiras enfrenta dificuldades para quitar o 13º salário dos servidores, a Prefeitura de Três Pontas segue na contramão desse cenário e já concluiu o pagamento da gratificação natalina em 2025.
Levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) revela que 96% das cidades de Minas Gerais dependem do repasse extra do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) para conseguir pagar o 13º salário. Dos 701 municípios mineiros consultados, 671 afirmaram que não conseguem arcar com o pagamento sem o auxílio federal.
A pesquisa foi realizada entre 14 de outubro e 5 de dezembro, ouvindo prefeitos, secretários de Administração e chefes de gabinete de 701 municípios, o que representa 82% das 853 cidades de Minas Gerais.
Três Pontas mantém tradição e antecipa pagamentos
Diferente da realidade enfrentada por grande parte dos municípios, Três Pontas mantém uma política regular de valorização do servidor público. Todos os anos, a Prefeitura paga a primeira parcela do 13º salário no mês de junho e a segunda parcela no fim do ano.
Em 2025, a segunda parcela foi paga antecipadamente no dia 12 de dezembro, com um investimento de R$ 5.176.196,97. Além disso, o município também vai antecipar o pagamento do salário mensal, quitando a folha do mês de dezembro até o dia 24, véspera de Natal.
Dependência do FPM preocupa maioria das cidades
O adicional de 1% do FPM, repassado todos os anos no mês de dezembro desde 2007, é apontado como essencial para o pagamento do 13º na maioria dos municípios. Ao longo de 19 anos, esse repasse já injetou R$ 81,7 bilhões nos cofres das prefeituras brasileiras.
No país, o pagamento do 13º salário representa um impacto de R$ 33,59 bilhões nas contas municipais e beneficia mais de 8,3 milhões de servidores públicos.
Parcelamentos e atrasos
Segundo a CNM, 52% das prefeituras mineiras (355 municípios) optaram pelo pagamento parcelado do 13º salário, enquanto 46% (317 cidades) escolheram a parcela única.
Até o momento da pesquisa, 337 municípios já haviam pago a primeira parcela ou a parcela única, e outros 337 afirmaram que vão pagar dentro do prazo legal. No entanto, 11 municípios (2%) informaram que irão atrasar o pagamento.
Em relação à segunda parcela, 344 municípios (92%) disseram que vão pagar até o dia 20 de dezembro, enquanto 15 cidades (4%) admitiram atraso.
Apesar disso, a pesquisa mostra que 99% dos municípios mineiros mantêm os salários em dia, com apenas duas cidades (0,3%) registrando atrasos salariais. A folha de pagamento de dezembro, no entanto, ainda preocupa: 32 municípios (5%) afirmaram que vão atrasar o pagamento do salário deste mês.
Déficits e dívidas para 2026
O levantamento também aponta fragilidades fiscais no fechamento do ano. 122 municípios mineiros (17%) não conseguirão encerrar 2025 sem déficit, enquanto 213 cidades (30%) deixarão restos a pagar descobertos para 2026, ou seja, despesas empenhadas sem garantia de recursos para o próximo ano.
Os atrasos com fornecedores atingem 196 municípios (28%), afetando diretamente a economia local, especialmente pequenas empresas que dependem de contratos com o poder público.
Crise financeira lidera desafios
Entre os principais desafios apontados pelos gestores municipais mineiros, 80% citaram a crise financeira e a falta de recursos. A instabilidade política e econômica aparece em seguida, com 67% das menções, e a saúde em terceiro lugar, com 63%.
Reajustes salariais foram citados por 62%, educação por 45%, segurança pública por 36%, e os impactos de desastres climáticos e ambientais também ganharam destaque.
Quanto às expectativas para 2026, 46% dos municípios acreditam em um desempenho econômico bom ou muito bom, enquanto 35% têm avaliação negativa e 16% se mostram indiferentes.
A pesquisa da CNM alcançou 4.172 municípios brasileiros, o equivalente a 75% do total nacional, e passou por testes estatísticos que confirmaram a confiabilidade dos dados.
