A Câmara Municipal de Três Pontas realizou, na noite desta segunda-feira (3), uma sessão com pouco mais de uma hora de duração. Na pauta, havia apenas um projeto de lei, que recebeu muitos elogios pela iniciativa do vereador Rodrigo Alexandre Silva (Investigador–UB) e pelo trabalho social envolvido. A proposta declara de utilidade pública o Centro de Preservação da Arte Capoeira.
O projeto
O Projeto de Lei nº 012 tem como objetivo valorizar o trabalho desenvolvido pela instituição Escola de Capoeira Molejo, como é conhecida, que atua em diversas frentes educacionais, sociais, culturais, esportivas e filantrópicas. Fundado em 2023 e formalizado em junho do mesmo ano, o centro funciona no bairro Santa Edwirges, mas suas atividades remontam a 1998, quando o grupo era conhecido como Capoeira Palmares.
Atualmente, o espaço reúne cerca de 100 alunos, entre crianças, jovens, adultos e idosos, oriundos de diferentes bairros e também da zona rural, como o Morro Vermelho. O alcance estimado das atividades ultrapassa 400 pessoas, entre participantes, familiares e apoiadores. Além das aulas regulares, o grupo realiza anualmente ações voltadas ao Dia da Consciência Negra, com rodas de capoeira, apresentações de maculelê, samba de roda e oficinas temáticas, reforçando o papel cultural e social da capoeira na formação cidadã.
Durante o Pequeno Expediente, o autor do projeto, vereador Rodrigo Investigador, já destacou que pretende colaborar com as missões da diretoria do centro e agradeceu pela confiança. Ressaltou ainda a importância de fortalecer todas as modalidades esportivas desenvolvidas — capoeira, jiu-jítsu, karatê, futebol e vôlei —, enfatizando que o esporte é uma ferramenta essencial para afastar adolescentes e jovens das drogas e da criminalidade. “Desviar os jovens para o caminho do bem, através do esporte”, afirmou o vereador, reforçando a relevância do projeto.
O vereador Roberto Donizetti Cardoso (PL) também destacou a importância da iniciativa, lembrando que já fez parte da capoeira e reconhecendo o valor da prática. Ele antecipou seu voto favorável, dizendo que “a capoeira é um esporte muito bom e transformador”.
A vereadora Valeria Evangelista Oliveira também do PL, contou que este foi um dos primeiros projetos que conheceu após ser eleita. Ela participou de uma roda de capoeira promovida pelo grupo e ficou encantada com a dedicação dos participantes. Segundo ela, “a capoeira faz parte da identidade cultural do país, unindo esporte, arte, musicalidade e dança — é uma manifestação completa”. A vereadora parabenizou ainda os voluntários que lutaram para consolidar o projeto.
O vereador Geraldo José Prado (Coelho – PSD) também elogiou a iniciativa, afirmando que o grupo “faz um belo trabalho” e que “a capoeira é vida”, destacando que a aprovação aumentará a demanda e o alcance das atividades.
O projeto foi aprovado por unanimidade. Quebrando o protocolo, os vereadores foram aplaudidos e ficaram de pé, junto com os membros da diretoria e jovens que integram o projeto e que acompanharam a votação no Plenário Presidente Tancredo Neves.
Pequeno Expediente: concurso público, transporte e limpeza

O Pequeno Expediente da sessão da Câmara Municipal de Três Pontas, realizada nesta segunda-feira (3), foi marcado por uma série de manifestações e anúncios dos vereadores sobre temas que vão desde a revitalização da Mina do Padre Vitor, até projetos de valorização cultural e homenagens à comunidade negra.
O vereador Daniel Rodrigues (PV) abriu sua fala relatando que esteve reunido com o prefeito Luisinho, acompanhado dos colegas Maciel Ramos (Republicanos) e Alexandre Corrêa (PSB). Segundo ele, o encontro foi produtivo e os parlamentares estão cheios de expectativas quanto à chegada das emendas solicitadas, entre elas uma destinada à revitalização da Mina do Padre Vitor, importante ponto turístico do município.
Em seguida, Daniel tratou de outro assunto de grande interesse público: o concurso público municipal. O vereador informou que os trâmites estão em andamento para que o concurso saia ano que vem, que as secretarias já estão realizando o levantamento da demanda de serviços em cada setor. Entretanto, lembrou que, por questões legais, não é possível priorizar os moradores de Três Pontas no processo. Diante disso, ele sugeriu que a Câmara promova um “aulão” preparatório gratuito, como forma de auxiliar os candidatos locais a se prepararem melhor para as provas — uma iniciativa que, segundo o parlamentar, já foi adotada com sucesso em outros municípios.
Daniel também apresentou duas solicitações de caráter prático e social. A primeira diz respeito à limpeza das capelas do Velório Municipal, após tomar conhecimento de que essa responsabilidade é das funerárias. Ele ponderou, no entanto, que, caso as empresas não realizem o serviço, o Município deve assumir a limpeza para evitar constrangimentos às famílias em momento de luto. A segunda solicitação é voltada à empresa Avanti, responsável pelo transporte coletivo. O vereador pediu que não haja mudanças ou antecipações nos horários das viagens ao Distrito do Pontalete, lembrando que recentemente uma alteração de horário causou transtornos aos usuários, deixando moradores apreensivos e com receio de ficarem sem condução de retorno para a cidade.
O vereador Francisco Fabiano Diniz Júnior (Professor Popó – PSD) iniciou sua fala lamentando o falecimento do músico Lô Borges, um dos criadores do Clube da Esquina e grande amigo de Milton Nascimento, destacando a importância do artista para a música brasileira.
Popó também falou sobre o mutirão do Projeto Bota Fora, realizado no bairro Antônio de Brito, explicando que o trabalho de limpeza é feito diariamente por uma equipe da Secretaria de Transportes e Obras, mas que a participação dos vereadores nos mutirões de sábado tem o objetivo de conscientizar a população sobre a necessidade de manter os quintais limpos e evitar o acúmulo de lixo e entulhos.
O vereador ainda levou boas notícias ao bairro Jardim das Esmeraldas, onde tem forte atuação. Ele informou que a Secretaria de Esportes ampliará a iluminação pública, que atualmente alcança apenas a quadra principal, para abranger também a quadra de areia ao lado. Segundo Popó, o espaço tem sido muito utilizado por crianças e jovens para práticas esportivas como beach tênis, vôlei e futvôlei, e a comunidade está bastante satisfeita com as melhorias que vêm sendo realizadas.
A vereadora Valerinha destacou em sua fala que participou da reta final do mutirão do Projeto Bota Fora, realizado no último sábado (1º). Ela explicou que, por estar em outro compromisso anteriormente, chegou mais tarde, mas pôde acompanhar de perto a efetiva participação dos moradores, que destinaram corretamente os materiais inservíveis durante a ação.
Valerinha se disse feliz ao ver que uma de suas sugestões foi acolhida, e que nas próximas edições do projeto serão realizadas também melhorias complementares, como a pintura de faixas de trânsito e de meio-fio, reforçando o aspecto de limpeza e organização dos bairros atendidos.
A vereadora também relatou sua participação na “Festa no Céu”, evento realizado no fim de semana em celebração ao Dia de Todos os Santos. Segundo ela, foi um momento encantador de fé e ternura, marcado pela presença de crianças caracterizadas de santinhos, numa representação simbólica que resgata valores de inocência, espiritualidade e amor ao próximo desde a infância.
O vereador Robertinho fez um alerta sobre a falta de manutenção após a poda de árvores na Avenida Ipiranga. Ele relatou que a poda ocorreu na última quinta-feira, mas que até o meio-dia desta segunda-feira (3) os galhos ainda não haviam sido recolhidos, obrigando pedestres a caminhar pela rua e se expor ao risco de atropelamentos.
O vereador Mateus Dias (PRD) anunciou o início de um projeto pessoal chamado Raízes Negras, de reconhecimento e valorização da comunidade negra. Ele pretende homenagear homens e mulheres negros que prestam relevantes serviços à população trespontana, em diferentes áreas, até o final de seu mandato.
As homenagens serão entregues a cada dia 20 de cada mês, e a primeira ocorreu em outubro, mês dedicado à campanha Outubro Rosa. A escolhida foi a ex-vereadora Selena Caté (PSD), reconhecida pelo seu trabalho enquanto legisladora.
Encerrando as manifestações, o vereador Rodrigo Investigador, comentou sobre os pedidos de entidades e associações que têm procurado seu gabinete em busca de destinação de emendas parlamentares. Ele explicou que os recursos são limitados e que mantém um compromisso prioritário com a segurança pública, destinando suas emendas principalmente à Polícia Penal, Polícia Civil e Polícia Militar. Rodrigo foi enfático ao afirmar que, infelizmente, não será possível atender a todos os pedidos, pedindo compreensão das entidades diante dessa limitação.
Fornecimento de medicamentos é debatido

O tema medicamentos gerou preocupação e debate durante o Pequeno Expediente da sessão da Câmara Municipal de Três Pontas, realizada nesta segunda-feira (3).
O vereador Coelho levantou uma questão que chamou a atenção dos colegas: “Na gestão anterior, a Câmara aprovava recursos financeiros para a compra de medicamentos além daqueles distribuídos pela Farmacinha Municipal. Porém, segundo informações que recebi, este ano esse fornecimento foi cortado. Tenho sido procurado por várias pessoas que disseram ter sido informadas de que a Justiça mandou interromper a entrega desses medicamentos. Isso realmente procede?”, questionou o parlamentar.
A afirmação provocou reação imediata do vereador Antônio Carlos de Lima (Antônio do Lázaro – PSD), que tratou de esclarecer o assunto: “Isso não procede. O fornecimento de medicamentos não foi cortado. O que mudou foi apenas a forma de fazer o pedido. A distribuição continua acontecendo, mas com um processo administrativo diferente”, explicou o vereador.
Buscando uma confirmação oficial, o vereador Rodrigo Investigador tomou a iniciativa de checar a informação durante a própria sessão. “Assim que ouvi o vereador Coelho, enviei uma mensagem à secretária municipal de Saúde, Geovania Rabelo, e ao subsecretário Felipe Pereira, para esclarecer a situação”, relatou Rodrigo.
A resposta, segundo ele, foi imediata e tranquilizadora: não houve corte na distribuição de medicamentos. O que ocorre, conforme explicaram os representantes da Secretaria de Saúde, é que algumas demandas estão sendo judicializadas, pois há medicamentos cuja obrigação de fornecimento é do Estado de Minas Gerais, e não do Município. “Quando o medicamento é de responsabilidade do Estado, o Município não pode comprá-lo diretamente. A orientação é que o paciente entre na Justiça, e com a decisão judicial, o Município passa a ter autorização para adquirir o remédio e, depois, ser reembolsado pelo Estado”, esclareceu Rodrigo Investigador.
Esses casos, em geral, envolvem medicamentos de alta complexidade e de valor elevado, o que exige um trâmite legal diferenciado. Encerrando o assunto, o vereador Rodrigo sugeriu que os parlamentares se reúnam com a Secretaria de Saúde para discutir o tema de forma mais detalhada e esclarecer definitivamente a questão para a população. “O importante é que essa informação seja transparente e que a população saiba que o fornecimento não foi cortado, apenas segue critérios legais conforme a responsabilidade de cada ente público”, concluiu.
