*Um único advogado de Três Pontas teve sua foto usada em dois números diferentes tentando aplicar golpes em clientes do seu escritório
O chamado “golpe do falso advogado” tem mobilizado subseções da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em diversas regiões do país, diante do aumento de casos em que criminosos se passam por profissionais da advocacia para aplicar fraudes. Nessas investidas, os golpistas utilizam dados reais de processos judiciais para dar credibilidade ao contato e, em seguida, solicitam pagamentos antecipados — geralmente via PIX — sob a promessa de liberar valores de precatórios ou indenizações.
Em Três Pontas, a 55ª Subseção da OAB, presidida por Dr. Marcell Voltani Duarte, iniciou nesta segunda-feira (11) um panfletaço no centro da cidade, ação que será ampliada para todos os bairros. A mobilização, realizada em sintonia com a OAB Minas Gerais e com o Conselho Federal da Ordem, integra uma campanha preventiva de conscientização, cujo objetivo é alertar a população sobre o golpe e orientar sobre como se proteger.
De acordo com o presidente Marcell Voltani Duarte, os criminosos estão cada vez mais se aperfeiçoando. “Antes usavam um prefixo diferente, mas agora já utilizam linhas com código da região, justamente para dar aparência de seriedade”, explicou.
Um exemplo recente é o do advogado Renan Lopes, que foi alvo de golpistas em dois números diferentes apenas nesta semana. Em um dos perfis falsos no WhatsApp, os criminosos chegaram a utilizar como foto a fachada do imóvel onde funciona o seu escritório, numa tentativa de dar maior credibilidade. “A gente tem muitos clientes idosos que não se atentam a essas questões e podem cair em golpes, sendo lesados. Somente nesta semana foram dois números se passando por mim”, relatou.
Ele alertou ainda que as mensagens enviadas pelos criminosos geralmente informam sobre supostas questões processuais em andamento, pedindo que o cliente retorne o contato. Como medida de segurança, Renan reforça que os atendimentos devem ser confirmados exclusivamente pelo telefone fixo do escritório, o (35) 3266-1397.
Segundo Marcell Voltani Duarte, a subseção também pretende levar as orientações para igrejas de diferentes denominações, de modo que líderes religiosos se tornem multiplicadores da mensagem de prevenção.
Como funciona o golpe
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Contato: As vítimas são abordadas por telefone ou aplicativos de mensagem, como o WhatsApp, por pessoas que se passam por advogados, assistentes jurídicos ou funcionários de escritórios.
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Informações verídicas: Os criminosos utilizam dados reais de processos, como número, tipo de ação e valores envolvidos, para dar aparência de legitimidade ao contato.
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Promessa de valores: Alegam que a vítima tem valores a receber, como indenizações ou precatórios, e que é necessário pagar taxas antecipadas para liberá-los.
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Documentos falsos: Para reforçar a farsa, enviam documentos falsificados, como sentenças, alvarás e ofícios, com brasões e timbres oficiais.
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Pagamento via PIX: Solicitam transferências bancárias para cobrir supostas despesas, como taxas de desbloqueio ou impostos.
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Pressão e desaparecimento: Criam um clima de urgência para induzir o pagamento imediato. Após receber o valor, desaparecem.
Como se proteger
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Desconfie de contatos inesperados: Não confie em quem solicita pagamentos via PIX ou transferência, mesmo que se identifique como advogado.
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Verifique a identidade: Utilize a plataforma ConfirmADV ou contate a OAB para confirmar a inscrição do profissional.
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Consulte seu advogado de confiança: Em caso de dúvida, procure seu advogado ou o Tribunal responsável pelo processo.
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Denuncie: Caso suspeite ou seja vítima, registre ocorrência junto às autoridades competentes.